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Mirante Cultural: a primeira ONG brasileira a vender NFTs

Rafael Ferreira • ago. 05, 2022

Tokens não fungíveis revolucionam a arrecadação

de fundos através da venda de obras digitais.

Hy Digital - ago. 05,2022

O Mirante Cultural se tornou a primeira ONG Brasileira a utilizar tokens não fungíveis, do inglês non-fungible tokens, (NFTs) com o objetivo de arrecadar fundos para o seu funcionamento. A ONG é localizada na Vila Mirante, um espaço que busca desenvolver arte, cultura e educação na periferia de São Paulo. Além disso, a organização busca estimular a transformação do bairro por meio de cursos e ações gratuitas.


A proposta é unir arte e tecnologia através das artes criadas na galeria a céu aberto chamada Galeria Vitral. Por meio desta galeria, a população tem arte perto de casa, o que torna as
NFTs num agente de transformação da sociedade que, além de arrecadar fundos e tornar o bairro mais colorido e gerar educação, leva a arte de periferia para o mundo. Através das NFTs, as obras digitais se tornam únicas e exclusivas aos seus compradores, que ao doarem serão presenteados com essa exclusividade.


Para alcançar níveis mundiais e buscando entender o mercado das criptomoedas e das NFTs, o Mirante Cultural lançou duas obras digitais: Agostinho e Os Santos. As obras fazem parte de uma coleção ainda em curadoria do acervo do museu a céu aberto, que tem como objetivo “transformar a realidade cinza das fachadas de Pirituba, e trazer mais cor, arte e cultura para a periferia de São Paulo; produzir beleza, através das artes visuais, com a perspectiva da periferia; valorizar a cultura e os artistas que atuam em Pirituba, promovendo um grande impacto na realidade cultural do bairro”. Ao longo do projeto, a ONG busca arrecadar
mais de um milhão de dólares em doações no lançamento de novas obras digitais que já foram produzidas no projeto. As obras podem ser adquiridas no marketplace de NTF OpenSea. 




Os tokens não fungíveis é uma tecnologia que possibilita a compra e validação de arquivos digitais. Esse token foi desenvolvido pela tecnologia blockchain, ou seja, um ativo digital em que a propriedade é identificável e rastreável de forma única e que pertence ao sistema de criptomoeda Ethereum. A novidade vem ganhando cada vez mais espaço no mundo da arte digital e das criptomoedas, uma vez que as NFTs possibilitam a troca de arquivos originais como músicas, textos, animações, tweets e no caso do Mirante, obras de arte digitais.


Quer conhecer nossas NFT

Galeria Vitral
Algumas das obras digitais do Mirante Cultural são do projeto Galeria Vitral. O coordenador da ONG, Eduardo Carvalho, conta que o projeto entrou na sua segunda edição e em 2021 concluiu a primeira galeria a céu aberto em Pirituba, intitulada "Eu Confesso". “Nosso projeto mais recente foi inspirado no livro de confissões de Agostinho de Hipona. Com esse projeto, buscamos valorizar a arte produzida na periferia que é exposta nos muros e fachadas do bairro, tudo a céu aberto. A Galeria Vitral existe para proporcionar para dezenas de milhares de pessoas um espaço de contemplação, admiração, formação e assim levar a arte da favela para o mundo", destaca.

O Mirante Cultural nasceu em 2012 e desde então realiza oficinas de desenvolvimento humano, leitura para crianças, Rap e oficinas de brincar. O coordenador ainda conta que a ONG é voltada para o atendimento com pessoalidade. “Durante o nosso atendimento, buscamos saber o nome, a história de cada criança e assim entender cada realidade. Começamos com um pequeno grupo, e aos poucos fomos crescendo, no total foram mais de 10 mil pessoas impactadas em 9 anos. Nossa trilha foi de luta contra a desigualdade de oportunidades, precariedade da educação, propondo valores como vida em comunidade, beleza, excelência e conhecimento. Nossa associação desenvolve projetos semestrais, logo, fazemos uma ampla divulgação no território e abrimos matrículas para os cursos e projetos todos os anos”, explica.




Hy Digital Marketing Innovation

A implementação das NFTs no Mirante acontece por meio de uma parceria com a Hy! Digital Marketing Innovation. A ideia é inovar o método de arrecadação de fundos dentro do Mirante Cultural, o que a classifica como a primeira ONG brasileira a vender NFTs. 


De acordo com o Head de Desenvolvimento de Negócios da
Hy!, Daniel Galvão, comenta que a iniciativa transforma "a possibilidade de arrecadar fundos, através da nova mídia que é o  NFT. Então vamos unir o registro digital ao NFT, com objetivo de gerar receita para o Mirante. A ideia surgiu da vontade de transformar e projetar o que se faz na periferia pro mundo e assim  inverter essa situação, porque geralmente as coisas acontecem do mundo pra periferia. Então a ideia é justamente essa, transformar a arte de periferia em algo global”, explica.


Essa iniciativa une a arte com a tecnologia, e assim, o Mirante Cultural e a
HY! buscam gerar benefícios para a sociedade. Para Daniel, o uso das NFTs na ONG é inovador e pode gerar muitos resultados. “Estamos fazendo isso através das NFTs, que permitem a não centralização das informações e o compartilhamento de uma forma muito mais rápida. A ideia da gente fazer NFT, é mostrar pro mundo como o Mirante e a periferia podem produzir belíssimas artes e agora, as pessoas podem comprar essa arte, antes mesmo dessa arte se tornar um grande sucesso", conclui. 


Quer participar desse projeto?

Doe comprando nossa primeira fase de NFT Galeria Vitral.

Por Rafael Ferreira 03 jun., 2022
Há grande pobreza no mundo, o que o cristianismo tem a ver com isso? Deve haver alguma relação entre o cristianismo e a pobreza? Se há, qual a profundidade desta relação? Em que medida o cristianismo deve intervir na pobreza? Essas são algumas das perguntas que alguns cristão se fazem e que nem sempre encontram uma resposta bíblica. Por isso, neste pequeno artigo, desejo trazer uma visão bíblica de como nós, pessoas cristãs e igreja, devemos nos relacionar com a pobreza material nesta terra. Comecemos com o texto de Deuteronômio 15:7-11: Quando entre ti houver algum pobre de teus irmãos, em alguma das tuas cidades na tua terra que SENHOR teu Deus a te dá não endurecerás o teu coração nem fecharás as mãos a teu irmão pobre; antes Ihe abrirás de todo a mão e Ihe emprestarás o que Ihe falta, quanto baste para a sua necessidade. Guarda-te não haja pensamento vil no teu coração, nem digas: Está próximo o sétimo ano, o ano da remissão, de sorte que os teus olhos sejam malignos para com teu irmão pobre, e não Ihe dês nada, e ele clame contra ti ao SENHOR e haja em ti pecado. Livremente, Ihe darás, e não seja maligno o teu coração quando Iho deres; pois, por isso, te abençoará O SENHOR, teu Deus, em toda a tua obra e em tudo o que empreenderes. Pois nunca deixará de haver pobres na terra; por isso, eu te ordeno: livremente abrirás a mão para o teu irmão, para o necessitado, para o pobre na tua terra. O povo de Israel estava prestes a adentrar na terra prometida. Antes de entrarem, Moisés fez uma grande apresentação da lei de Deus para o povo, conclamando todo o Israel à obediência. De modo que se obedecessem teriam a bênção e prosperidade Deus, e se não obedecessem teriam o juízo de Deus. Este texto trata do relacionamento interno do povo de Deus, ou seja, eram leis nacionais. Logo, podemos ver claramente através desta lei o desejo que Deus tinha de que não houvesse pobreza em Israel. No versículo 4 do capítulo 15 diz “para que entre ti não haja pobre”, tratando a respeito do ano sabático, que acontecia a cada ciclo de sete anos. O Senhor desejava que todo o Israel fosse rico e próspero, para tanto enviou leis que atenuavam a pobreza de uns e minimizam (não evitavam) o acúmulo excessivo de riqueza de outros. O texto está dizendo claramente “empreste recursos ao teu irmão pobre, mesmo que ela não possa te pagar”. Empreste recursos ao teu irmão pobre, mesmo que ela não possa te pagar É importante lembrar que essas leis só eram necessárias pois o homem pecou e com isso o que era muito bom, a criação original e o próprio homem, tornaram-se miseráveis. O pecado, quando adentra ao mundo, corrompe todas as áreas da criação, trazendo assim miséria profunda à humanidade. As consequências da queda são cósmicas, não é possível para nós calcularmos o tremendo mal gerado pelo pecado. Desta forma, a pobreza é algo que o homem terá que lidar durante toda a sua história nesta terra, o versículo 11 diz “pois nunca deixará de haver pobres na terra”. Ou seja, a lei de Deus é boa e é o melhor que se pode viver, todavia, ainda assim haverá pobreza e miséria na terra. Esta lei não servia como uma resolução completa do pecado, mas sim como uma tipificação do Messias que viria e que seria capaz de erradicar completamente a pobreza material e espiritual do mundo na consumação do seu plano de redenção. Nenhuma pobreza é boa, toda miséria é ruim O que isso tem a ver comigo hoje? O povo de Israel do antigo testamento representava a igreja do novo testamento, e por analogia, pode-se concluir, a partir do texto acima, que Deus espera que na igreja cristã não haja pobreza. A lei do antigo testamento era um elemento da aliança da graça, que tinha por seu objetivo mais elevado apontar para o Cristo que viria e traria a única solução completa para o pecado de Adão (confissão de fé de Westminster capítulo 7). Cristo veio e morreu na cruz, pagou o preço do pecado dos seus eleitos e tornou-se o segundo Adão, o homem perfeito, em quem há perdão e salvação (1Cor 15: 45-47). Por isso, podemos olhar para a lei descrita em Deuteronômio através de Cristo, e aplicar os princípios deste texto em nossos dias. Ou seja, chegou Aquele que é maior que a lei, que pode trazer a solução definitiva para a pobreza. Isso não anula a lei, mas a ratifica, a fim de que a igreja a pratique com mais afinco e piedade. Logo se o princípio do texto é: “ajam com generosidade, mitigando a pobreza, cada um segundo as suas próprias posses”, eis aí o que devemos fazer, sermos generosos (1Tim 6:18), benignos (Ef 4:32), não gananciosos (1 Pe 5:2), não apegados à riqueza (1Tim 6:10). “Ajam com generosidade, mitigando a pobreza, cada um segundo as suas próprias posses ” Pode-se ver isso em vários textos do novo testamento, como no capítulo 11 de Atos em que o profeta Ágabo dava a entender pelo Espírito que viria grande fome sobre o mundo, o que veio a acontecer nos dias de Cláudio. Neste momento Paulo e Barnabé foram enviados à Judéia para levar socorros aos irmãos que lá moravam. Em Gálatas 2:10 Paulo diz “recomendando-nos somente que nos lembrássemos dos pobres, o que também me esforcei por fazer”. No capítulo 8 da segunda carta aos Coríntios, Paulo cita o bom testemunho dos crentes da Macedônia que fizeram uma coleta para os irmãos pobres de Jerusalém. Fica mais que evidente o compromisso que cada cristão deve ter com seu irmão mais pobre, provendo-lhe o necessário, sem que “haja pensamento vil em seu coração”. E com a pobreza para além da igreja, como devemos lidar? Comecemos por Provérbios 31: 8-9: Abre a boca a favor do mudo pelo direito de todos os que se acham desamparados. Abre a boca, julga retamente e faze justiça aos pobres e aos necessitados. O livro de Provérbios é um compêndio de princípios de sabedoria, que ordenam a forma de viver e apresentam um justo caminhar. Não pode-se interpretar este texto da mesma forma que a lei de Deuteronômio. Mas, ao mesmo tempo, não deixa de ser palavra inspirada de Deus e verdade eterna para a igreja. Estes dois versículos estão inseridos no contexto imediato das palavras ao rei Lemuel. A ideia básica da perícope de Provérbios 31.1-9 é “como ser um rei virtuoso”. É muito relevante, e propício para nosso tema, que algumas das características de um rei virtuoso sejam “cuidar do direito do desamparado e fazer justiça aos pobres e necessitados”. Se a Bíblia espera que um rei faça isso, será que esse princípio não se aplica também ao cristão comum? Façamos a prova real em Lucas 3.11: “Respondeu-lhes: quem tiver duas túnicas, reparta com quem não tem, e quem tiver comida, faça o mesmo”. João Batista pregava acerca do batismo de arrependimento, e quando questionado a respeito do que deveriam fazer, ou seja, quais as evidências de alguém que se arrependeu, João apresenta a virtude da generosidade, da partilha, da doação piedosa. Esse é um princípio fundamental para este tema “todo cristão deve ser virtuosamente generoso, um piedoso doador aquilo que tem”. “Todo cristão deve ser virtuosamente generoso, um piedoso doador aquilo que tem”. Concluo que a ação de mitigação da pobreza no mundo para pessoas que não estão na igreja também é uma prática legítima. Devemos olhar ao nosso redor e sermos cuidadosos com aqueles que verdadeiramente precisam de ajuda, com os mais necessitados, oferecendo recursos básicos para a fome e para o frio, mas também oportunidades de uma mudança radical da sua realidade. Toda boa doação é feita com sabedoria e prudência, visando mais a satisfação da alma do que alívio do corpo. Porém não podemos incorrer no erro da solução completa da pobreza e da miséria, isso não acontecerá aqui, somente Cristo, na consumação da sua redenção trará à sua igreja satisfação completa e perfeita no reino vindouro. Toda boa doação é feita com sabedoria e prudência, visando mais a satisfação da alma do que alívio do corpo Deve haver alguma relação entre o cristianismo e a pobreza? Sim, devemos lutar para que não haja pobreza alguma na família da fé, e sermos generosos doadores com qualquer próximo que estiver necessitado, tendo como crivo a sabedoria e a prudência. Se há, qual a profundidade desta relação? Quanto a família na fé, o quão profundamente necessário for. Quanto aos necessitados desta terra, oferecendo auxílio no frio, comida na fome e possibilitando verdadeiros caminhos de mudança. Em que medida o cristianismo deve intervir na pobreza? Na medida da obediência a Cristo, sabendo que não podemos resolver completamente a pobreza nesta terra.
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